sexta-feira, 30 de abril de 2010

Em noite de temporal, ato reúne mais de 400 pessoas em defesa do pré-sal

Soberania nacional




Entidades nacionais como CUT, MST e UNE pretendem realizar um grande ato em Brasília São Paulo, cidade com mais de 5 milhões de automóveis, defciente estrutura viária e chuva torrencial no começo da noite de segunda-feira de 29 de março. Esta combinação fez com que um trajeto de dois quilômetros levasse 50 minutos para ser percorrido. A lógica seria que o ato mar-cado para ocorrer naquele começo de noite fosse adiado, cancelado, ou, simplesmente, um fasco. Nada disso! Mais de 400 pessoas lotaram o audi-tório Franco Montoro, da Assembleia Legislativa de São Paulo aos gritos de “o petróleo tem que ser nosso”, “Petrobrás 100% pública e estatal” e outras palavras de ordem e cânticos nacionalistas. O ato, convocado pelo Comitê Estadual de Defesa do Petróleo pela Soberania Nacional, con-tou com a participação de dezenas de entidades sindicais, populares, estudantis e partidos políticos (CUT, CGTB e Unifcado entre outros), partidos políticos (PT, PPL), movimentos sociais, como o MST e o movimento de moradia, e estudantes da UNE e do movimento secundarista. A coordena-ção da mesa coube ao petroleiro e ex-dirigente da CUT Nacional, Antonio Carlos Spis.Uníssono pela soberaniaO coordenador da FUP e diretor do Unifca-do, João Antonio de Moraes, explicou o projeto de lei dos movimentos populares que se encontra no Congresso e se contrapõe em aspectos fundamen-tais com o apresentado pelo governo. O projeto dos trabalhadores estabelece o fm dos leilões de petróleo, Petrobrás 100% pública e estatal e cria-ção do Fundo Soberano com controle social entre outros pontos. “A caligrafa é da FUP, mas o proje-to é do conjunto dos movimentos sociais”, afrmou Moraes, ressaltando o caráter unitário da luta.Coube ao petroleiro aposentado Alberto Souza fazer uma homenagem aos heróis do passado, que foram presos, torturados e deram suas vidas pela luta da criação da Petrobrás nos anos 1950. “Merece menção, também, o General Leônidas Cardoso, na-cionalista, e pai do grande traidor da pátria, que é esse Fernando Henrique Cardoso”, destacou Alberto.Em nome dos estudantes, Gabriel Cruz, da UNE, e Ana Letícia, da União Estadual dos Estu-dantes, relembraram que os estudantes estiveram na frente da batalha nos anos 1940 e 50 e que estão nesta luta atual. Danieli, jovem militante do Movi-mento Sem Teto, chamou a atenção para a neces-sidade de conscientizar melhor a população sobre a importância do pré-sal. “Não podemos abaixar a cabeça, é nóis na luta”, fnalizou.Em nome do Partido Pátria Livre, agremiação que busca seu registro legal, Miguel Maruso destacou que o pré-sal signifca um novo modelo de desenvol-vimento para São Paulo. "Só na Bacia de Tupi, no li-toral paulista, a Petrobrás irá criar mais de 40 mil em-pregos diretos, serão utilizadas centenas de pequenas embarcações de apoio, que podem ser construídas em nosso Estado, o pré-sal é um novo marco econômi-co para São Paulo”, disse, alertando sobre a tentativa dos conservadores e da mídia de mirar o foco do pré-sal apenas no debate sobre os royalties. Tanto o representante da CGTB como o da CUT enfatizaram a necessidade da luta pelo fm dos leilões e a unidade do movimento popular e sindical. “Não podemos esquecer que 30% do pré-sal já estão leiloados”, disse Joaozinho, da direção estadual da CUT. Falando em nome do Partido dos Trabalhadores, o deputado José Américo reconhe-ceu a timidez do PT nesta luta. “Meu partido ainda deixa a desejar neste debate”, confessou.O coordenador do Unifcado, Itamar Sanches, en-fatizou a necessidade de maior mobilização e atos para pressionar os parlamentares e envolver mais camadas da população. “Queremos organizar em conjunto com as várias entidades do movimento popular, social, es-tudantil e sindical um grande ato em Brasília, de prefe-rência em maio, para pressionarmos os congressistas e continuarmos com nossa campanha na rua”, explicou ao fnal do evento, Antonio Carlos Spis.

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