quarta-feira, 15 de abril de 2009

O petróleo no mundo


A primeira descoberta de petróleo com re-percussão comercial ocorreu nos EUA, em 1858. Logo surgiria naquele país um famoso magnata do petróleo, Rockfeller, dono da Standard Oil, que sem demora se impôs como verdadeiro império petrolífero. Para competir com esta potência apareceu a Shell.
No Oriente Médio, a primeira exploração de petróleo se deu na primeira década do século passado, por iniciativa do inglês William Knox D,Arcy, que conseguiu do governo do Irã (na época, Pérsia) a concessão de mais de dois terços do país para exploração, por 60 anos. William logo se uniria a outros grupos privados, criando a empresa petrolífera Anglo-persian.
Mais tarde, em 1914, o governo inglês se interessou pela empresa devido à importância do petróleo num momento em que esta fonte de energia já era muito usado no mundo, e, sem demora, torna-se dono da maioria das ações desta empresa. É o surgimento da primeira estatal do mundo.
Os ingleses levavam a quase totalidade dos lucros provindos do petróleo, deixando apenas migalhas para o Irã . Faziam o mesmo em outros países do Oriente Médio, onde também imperava seu controle da produção e comércio de petróleo.
Por seu lado, vendo sua riqueza principal ser levada pela Anglo-persian (posteriormente, Anglo-iranian), pela Shell e pr multinacionais americanas que também já avançavam na região, os países do Oriente Médio começaram a se revoltar e a impor regras de participação nos lucros da produção de petróleo, tendo de enfrentar conspirações e até mesmo ações militares de potências que estavam por trás de tais empresas. Crescia o sentimento nacionalista na região. Em 1951, o governo de Mossadeg decidiu nacionalizar a Anglo-iranian. Veio a reação da Inglaterra e de outras potências capitalistas, que promoveram o bloqueio à venda do petróleo iraniano. A economia do país entrou em colapso e o governo estadunidense, por meio da CIA, organizou um golpe de Estado para derrubar Mossadeg, chefe do governo nacionalista do Irã. O xá Reza Parhlevi, de inteira confiança de norte-americanos e ingleses foi colocado no poder.
Esse golpe não inibiria as lutas nacionalistas do Oriente Médio, e as vitórias começaram a acontecer. Os países começaram a melhorar significativamente sua participação nos lucros do petróleo. Dessa marcha nasceu a OPEP(Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
No início dos anos 1970, veio a escalada de nacionalizações das empresas petrolíferas. Os árabes demonstraram que jamais desistiriam serem donos de seu petróleo.
Nesse contexto, com os Estados Unidos na condição de país maior dependente de petróleo, com maior consumo mundial, outra coisa não se poderia esperar senão atos de agressões a países da região, o que explica não só a ação militar contra o Iraque em 1991, como também a criminosa invasão àquele país em 2003, verdadeira guerra de extermínio contra um povo.
Na América Latina
Na América Latina a questão do petróleo não seria diferente. As empresa petroleiras estaduniedenses e inglesas já a partir das primeiras décadas do século passado deixavam apenas migalhas para os países de onde tiravam o petróleo. Foi o que aconteceu com a Venezuela, a Argentina e o México. Também aqui, em nosso continente, os povos começaram a conscientizar-se de que enquanto as multinacionais do petróleo aumentavam assustadoramente seus lucros, as populações latino-americanas se viam vítimas de empobrecimento crescente.
Desta reação nasceu, em 1921, a YPF, estatal argentina sob a liderança do General Mosconi, que via a ameaça iminente de as próprias forças armadas de seu país ficar sem combustível, porque a produção de petróleo estava sob controle de empresas estrangeiras. No México, após lutas e mais lutas, o governo de Cárdenas nacionalizou o petróleo, arrancando-o do domínio inglês e norte-americano. Teve, por isso de enfrentar todo tipo de ação internacional das empresas estrangeiras e seus governos.
Na Bolívia, o governo seguiu o mesmo caminho, criando YPFB, nacionalizando o gás e petróleo. Peru, nos anos 1960, Colômbia Venezuela e Equador também criaram suas estatais.
Hoje, existe uma discussão entre amplos setores sociais dos povos latino-americanos para que a defesa do petróleo da América Latina – em torno de 10% das reservas mundiais – se dê de maneira unificada, no âmbito da estratégia da unidade dos povos da região. E vêem com preocupação a reativação da 4ª Frota norte-americana, em mares da América do Sul, uma das regiões de maior reserva petrolíferas, depois do Oriente Médio.

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